Por Guilherme Alves - 30.11.2010 às 15:05
RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - Nesta terça-feira (30) completam-se 30 anos da morte de Angenor de Oliveira, o Cartola, um dos maiores artistas da música brasileira em todos os tempos. O cantor, compositor e músico morreu aos 72 anos de idade e deixou um vasto legado para as gerações seguintes.
A obra do artista não perde o vigor de outrora e é constantemente revisitada por artistas da música popular brasileira. Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Elis Regina, Ney Matogrosso, Nelson Gonçalves e Cazuza foram alguns dos artistas que regravaram músicas do poeta.
A lista de parceiros ilustres do sambista é extensa: Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Élton Medeiros, Carlos Cachaça, Paulo da Portela, Hermínio Bello de Carvalho, entre milhares de outros.
Foi um dos fundadores da Estação Primeira de Mangueira, em 1928, escola de samba do Morro da Mangueira, onde foi morar aos 11 anos. Um dos primeiros sambas de Cartola para a agremiação foi “Chega de demanda”, que só foi gravado em LP no ano de 1974, no disco “História das Escolas de Samba: Mangueira”.
Grandes cantores da época de ouro do rádio (décadas de 30 e 40), como Francisco Alves, Mário Reis e Carmem Miranda, gravavam as músicas do sambista, fazendo com que a carreira de compositor firmasse a cada dia.
Na década de 40, à convite do maestro Heitor Villa-Lobos, Cartola formou um grupo com renomados bambas como Donga (autor do primeiro samba da história, “Pelo Telefone”), Pixinguinha e João da Baiana. O grupo fez apresentações pelo exterior levando o samba e a música brasileira.
Nos anos 60 abriu, com sua companheira Dona Zica, o bar Zicartola, que ficava na Rua da Carioca, no Centro do Rio. No local reuniam-se sambistas renomados e novos talentos em busca de espaço. Zé Kéti, Nélson Cavaquinho, Élton Medeiros, Ismael Silva, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Elizeth Cardoso, Hermínio Bello de Carvalho, João do Vale e Paulinho da Viola foram alguns sambistas que marcaram presença no local.
A década de 70 foi de reconhecimento e sucesso, Cartola fez centenas de apresentações em casas de shows, programas de rádio e TV, além de gravar alguns LP’s. Artistas que despontavam na época, como Clara Nunes e Beth Carvalho, também regravavam suas músicas.
Cartola morreu de câncer no dia 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade. Morre o poeta, mas obras como “O Sol Nascerá”, “O Mundo é um moinho”, “As Rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Divina Dama”, “Alvorada”, "Corra e olhe o céu", "Disfarça e chora", ficam para a posteridade.
Link para a matéria publicada no site "O Repórter": http://bit.ly/hm4er5
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